Recorte de Imprensa

Fonte:

Expansão

“Vamos criar um fundo para apoiar as empresas de conteúdo local”

Fundo só poderá ser utilizado por empresas que ganhem concursos. Será depositado como colateral para garantir os empréstimos necessários, sendo que parte deste dinheiro poderá vir dos fundos de abandono. O PCA da ANPG fala de outros problemas e dúvidas do sector.

A ANPG fez agora quatro anos de existência. Pode dizer-se que do ponto de vista da legislação, da transferência de quadros, da transferência dos fundos de abandono que estavam na Sonangol, o processo está terminado?

Uma parte da pergunta é simples, a outra é mais complexa. Nós dividimos a Sonangol em duas partes – a parte operacional, que previa a transferência dos quadros, dos processos e dos sistemas, e que está finalizada. Separámos na altura porque sabíamos que se juntássemos a parte financeira, a parte dos fundos, iríamos perder muito tempo em discussões, e isso podia pôr em causa o funcionamento normal da indústria.

Significa que a questão dos fundos de abandono está ainda em discussão?

Estamos a caminho de concluir, mas a maior parte dos fundos já está à guarda da ANPG.

Diremos um valor de 60%?

Eu direi um pouco mais. Pelo menos 70%. Porque os grandes fundos são do bloco 15 e do bloco 17. Os outros fundos, como o bloco 0 por exemplo, só começaram agora a ser pagos. Olhando para outros blocos, no bloco 14 cerca de 80% dos fundos já estão sob a nossa guarda. Onde temos maiores problemas e dúvidas são nos blocos mais antigos, bloco 3 ou bloco 2, principalmente no que toca ao valor final. É aí que está a discussão. Mas uma discussão pacífica que nós vamos levar a bom porto.

Os fundos de abandono estão sediados em Angola ou no exterior?

Praticamente todos estão sediados no exterior, porque um dos requisitos no decreto 91/18 é que estes estejam depositados num banco de primeira categoria, e infelizmente nós não temos aqui bancos desse nível. Angola não tem um rating que lhe permita ter um banco desta categoria. Nesta altura temos a maioria dos fundos no Standard Chartered e no Bank of America, nesses dois bancos.

Do ponto de vista legal não é preciso legislação suplementar?

Neste aspecto está tudo bem definido desde o início. Agora, para melhorar o desempenho da agência possivelmente teremos de fazer um ou outro melhoramento, mas já nada a ver com a antiga concessionária. Que não deixa de estar aqui dentro, porque trouxemos todo o pessoal da antiga concessionária para a agência.

Tal como acontecia nos tempos da Sonangol, os operadores queixam-se da morosidade dos processos na ANPG.

Vamos explicar que há processos diferentes. Para aqueles cuja decisão é interna, ao nível dos quadros da ANPG, esses, definitivamente, não têm tido atrasos, lembrando que a lei define um prazo máximo de 60 dias. E esses não ultrapassam esse prazo. E já era assim na Sonangol. Esses atrasos que se refere não estão relacionados com os contratos de serviços do concessionário.

O artigo integral pode ser lido na edição 716 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Março de 2023.