PROJECTO SLGC/BC MAXIMIZA O TRANSPORTE DE GÁS NATURAL À FÁBRICA ALNG

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Luanda, 07 de Março de 2025 | O projecto Sanha Lean Gas Connection (SLGC/BC) em português, Linha de Transferência de Gás Residual do Sanha e módulo de compressão, localizado no Bloco 0, nas águas marítimas de Cabinda, maximiza o transporte de gás natural à Fábrica ALNG até 600 milhões de pés cúbicos por dia. Esta constatação foi feita durante uma visita que a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) efectuou na passada quarta-feira, dia 26, às suas instalações, no bloco operado pela CABGOC, subsidiária local da Chevron.

O SLGC/BC é um projecto desenhado para maximizar a produção e envio de gás para o Angola LNG. Até antes do projecto, parte do gás do campo Sanha era re-injectado nos reservatórios, o que criou uma capa secundária de gás. O projecto tem dois compressores (booster compressor) que ajudam a incrementar a pressão do gás proveniente do Bloco 14 e da área A e B do Bloco 0, e que se junta ao gás do Sanha, para ser enviado ao Angola LNG via gasoduto CRX. O Complexo vem aumentar a capacidade de envio de gás das operações dos referidos blocos, de 300 milhões de pés cúbicos para 600 milhões.

A visita dirigida pelos Administradores Executivos da ANPG, Ana Miala e Artur Custódio, contou ainda com as presenças do Director de Produção da Concessionária, Rui Afonso, o Gerente do Bloco 0, Alcídio Haleinge e um técnico especialista da Direcção de Produção, Serafim Júnior.

A Administradora Executiva, Ana Miala, considerou a visita proveitosa e destacou o projecto como sendo um exemplo a seguir no âmbito do Conteúdo Local.

“É um projecto feito em Angola desde o início até à fase final. Hoje temos o projecto funcional com uma capacidade de resposta satisfatória. Tem uma equipa a operar, composta maioritariamente por angolanos, com bastante competência, muita vontade de crescer e com muito conhecimento. Estamos de parabéns! Temos de continuar a ter confiança em nós mesmos, acreditarmos no País, acreditarmos no nosso potencial, continuarmos a encontrar soluções, caminhos e termos que sejam flexíveis para que possamos produzir o nosso potencial petrolífero” considerou.

Para o Gerente do Bloco 0, o gás é estratégico não só para transição energética, mas também para o aumento da receita do Estado através da tributação fiscal, e diversificação da economia.

“Foi uma visita profícua, por aquilo que nós vimos. O desafio hoje é identificar novas oportunidades viáveis para continuarmos a valorizar os recursos do Bloco Zero, incrementar os ganhos do Estado e dos investidores, bem como a criação de postos de trabalho sustentáveis. O projecto SLGC ajudará a planta ALNG a produzir na sua capacidade máxima. E por via disto haverá um incremento significativo das receitas do estado”, salientou.

Durante a visita, a equipa sobrevoou a plataforma Ndola Sul, que está em fase de comissionamento offshore e preparação para início da campanha de perfuração de poços. A plataforma, que também foi fabricada em Angola, numa combinação dos estaleiros no Kwanza Sul e Cabinda, acomodará 12 poços produtores e toda geração de energia électrica e é assegurada por painéis solares. O início de produção está previsto para o quarto trimestre deste ano.

SLGC/BC – UM CASO DE SUCESSO DE CONTEÚDO LOCAL

O Projecto Sanha Lean Gas Conection é já considerado um caso de sucesso não só pela sua produção, mas também pela capacitação técnica de angolanos, desde a base ao topo. Um dos exemplos é o do actual Director de Operações, Gabriel Ivaba, que está no sector há mais de 38 anos, tendo passado por várias fases durante a sua carreira.

“Entrei ainda miúdo na Chevron. Na minha carreira passei por diversas áreas da empresa até chegar a cargo de gestão, tendo culminado como Director de Operações da CABGOC. Nesta área, cerca de 97% dos trabalhadores são angolanos. Em todo o complexo a percentagem vai até 98.5%, sendo a maioria de Cabinda. Há vezes em que temos turnos com 100% de angolanos a operar. E todo o trabalho tem sido feito baseado na competência técnica”, orgulhou-se o Chefe Ivaba, como carinhosamente é chamado pelos colegas.

A plataforma conta ainda com a presença da única mulher controladora de operações da sala de controlo. Trata-se de Madalena António, mãe de quatro filhos.

“Aqui na Chevron consegui o meu primeiro emprego. Já passei por várias áreas, incluindo as operações, hoje o meu trabalho consiste no controlo de todo o trabalho que é feito no campo. O meu maior desafio, no campo pessoal, é deixar a família em casa, por longos períodos. Já no campo profissional, não é fácil estar confinada num universo maioritariamente dominado por homens. Mas tenho sido muito bem tratada. O bom é que reconhecem o meu trabalho. Isso me deixa muito feliz”, afirmou Madalena.

No projecto tem também jovens com pouca experiência na indústria petrolífera, ou recém-formados e, que veem neste trabalho o sonho a tornar-se realidade. É o caso de Mateus Alberto e Eduardo Baquice, de 27 e 24 anos respectivamente.

“Consegui a vaga através do LinkedIn, após ter confirmando no site da empresa Workday. O processo levou alguns meses, mas foi tranquilo. Estou há quase um mês a trabalhar como mecânico interno, fruto da minha formação em manutenção industrial. O ambiente aqui é salutar, todos se tratam com respeito, desde os técnicos aos chefes de topo. Aconselho os jovens a se capacitarem para não perderem as oportunidades que o sector oferece” aconselha Mateus.

A mesma opinião tem o seu colega Eduardo Baquice, de 24 anos, que está no seu primeiro turno, que começou há 4 semanas, como técnico electricista.

“Como jovens não devemos ter medo de apostar. A experiência aqui tem sido muito boa, tenho sido muito bem tratado, pois a cultura organizacional aqui vela muito pelas boas relações interpessoais”, declarou.

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