FÓRUM DE EXPLORAÇÃO ONSHORE ARRANCA COM ENFOQUE ESTRATÉGICO NAS BACIAS INTERIORES E NO FORTALECIMENTO DO CONTEÚDO LOCAL

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Luanda, 12 de Junho de 2025 | Teve lugar, recentemente, numa das unidades hoteleiras em Luanda, o 2.º Fórum de Exploração, edição 2025, subordinado ao tema “Onshore e Bacias Interiores de Angola”, promovido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG). O evento, que se estendeu por dois dias, juntou especialistas e representantes de instituições públicas e privadas nacionais e internacionais, bem como outros convidados fora do sector petrolífero, como instituições financeiras, num espaço de debate técnico-científico dedicado à exploração em terra firme.

A sessão de abertura foi marcada por intervenções institucionais, incluindo a do Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, seguida da apresentação de um vídeo sobre a história da exploração petrolífera em Angola. Os trabalhos decorreram ao longo do dia com sessões técnicas centradas nas bacias do Baixo Congo, Kwanza, Namibe, Kassanje e Etosha-Okavango, bem como em temas de relevância transversal para a exploração terrestre.

Durante o primeiro dia, foram apresentados e discutidos temas estruturantes para o futuro do onshore angolano, como:

  • Regulamentação da exploração em áreas sensíveis, com foco no equilíbrio entre actividade extractiva e preservação ambiental;
  • Desafios de acessibilidade e logística, destacando a complexidade da geografia e infraestruturas nas regiões do interior;
  • Questões fundiárias e o acesso à terra como factores críticos para o avanço dos projectos;
  • Oportunidades emergentes e perspectivas económicas da exploração onshore, abordadas por técnicos da ANPG;
  • A importância da revitalização de dados sísmicos legados e da utilização de novas tecnologias de aquisição e processamento, como instrumento de redução do risco exploratório e incremento da competitividade.

O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, sublinhou o alinhamento da estratégia onshore com os objectivos nacionais:

“Não podemos assistir passivamente ao declínio da produção. A exploração onshore é uma das respostas mais sustentáveis para estabilizar os níveis de produção e garantir a segurança energética nacional. Ao mesmo tempo, esta actividade tem de ser pensada como um instrumento de dinamização económica para as comunidades locais e de valorização do capital técnico angolano”, sublinhou.

Segundo Paulino Jerónimo, Presidente do Conselho de Administração da ANPG: “A aposta no onshore é uma decisão estratégica. Pretendemos não só diversificar o mapa da produção nacional, mas sobretudo criar oportunidades reais para as empresas angolanas, impulsionando o conteúdo local em toda a cadeia de valor. Os dados geológicos e sísmicos em reinterpretação e as novas tecnologias que hoje debatemos vão permitir acelerar a transformação do potencial em realidade produtiva.”

Valor técnico e cooperação institucional

Este fórum destaca-se ainda por promover uma abordagem multidisciplinar e colaborativa, reunindo representantes da ANPG, MIREMPET, MINAMB, empresas operadoras, prestadoras de serviços e instituições de pesquisa geocientífica. Esta convergência técnica tem como resultado a partilha de experiências, a harmonização de entendimentos regulamentares e o estímulo à inovação, com foco no aproveitamento eficiente e responsável dos recursos onshore.

No segundo dia, 6 de Junho, os trabalhos prosseguiram com painéis dedicados às:

* Soluções tecnológicas para aquisição de dados em grandes superfícies;
* Operações logísticas em zonas remotas como Kassanje e Etosha-Okavango;
* Aplicação da geomicrobiologia na prospecção petrolífera;
* Desminagem, estudos de impacto ambiental e desafios operacionais nas bacias interiores.

O evento terminou com a intervenção do Secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso.

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