20 de Novembro de 2024 | A primeira Cimeira Anual Lusófona da Forbes África 2024 em Angola emergiu como uma plataforma poderosa para capacitar as mulheres no sector da energia, celebrando as suas contribuições e impulsionando uma visão para a liderança e inovação inclusivas. Realizada no dia 20 de Novembro, a cimeira reuniu líderes, decisores políticos e pioneiros para discutir a igualdade de género, a sustentabilidade e o papel crítico das mulheres na definição do futuro da indústria do petróleo e do gás.
Um apelo à liderança feminina no sector de energia
O Secretário de Estado dos Recursos Minerais, Jânio Correa Victor, inaugurou a cimeira com um apelo à acção para que as mulheres liderem projectos transformadores no sector energético. Em representação do Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, enfatizou o empenho do Ministério em promover plataformas como esta cimeira para partilhar ideias e identificar talentos.
Victor elogiou os esforços da Rede Muhatu Energia Angola, uma iniciativa de dois anos de apoio às mulheres no sector petrolífero, como um passo vital para alcançar a igualdade de género no sector. Destacou o alinhamento do seu trabalho com o Plano de Desenvolvimento Nacional de Angola 2023-2027 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, particularmente o ODS 5 sobre a igualdade de género. “A nossa responsabilidade é garantir o avanço sustentável e inclusivo do sector”, observou, apelando às mulheres para que inovem e conduzam Angola em direcção a um futuro mais risonho e mais inclusivo.
“O Poder de Inspirar” – Defendendo a Diversidade
Um painel de discussão central, O Poder de Inspirar, moderado por Olga Sabalo, membro do conselho de administração da Sonangol, contou com a participação dos líderes da indústria Natacha Massano, Katrina Fisher e Nina Koch. Abordando a questão persistente dos papéis de género no local de trabalho, os membros do painel afirmaram unanimemente a igualdade de capacidades das mulheres em todas as áreas.
“Devemos abraçar o poder da diversidade”, afirmou Katrina Fisher, Directora Geral da ExxonMobil Angola. Sublinhou a importância de criar oportunidades, fomentar a coragem e construir redes para apoiar as mulheres em todas as fases da sua carreira. A fundadora da Muhatu Energy Angola, Natacha Massano, fez eco destes sentimentos, sublinhando que a inclusão começa com as mulheres a empoderarem-se umas às outras. “A equidade diminui nos níveis de gestão, por isso devemos apoiar-nos uns aos outros para colmatar esta lacuna”, afirmou.
A discussão sublinhou também a necessidade de as mulheres assumirem riscos e assumirem papéis de liderança. “Trata-se de ser ousado e dizer sim às oportunidades, mesmo em espaços desconfortáveis”, acrescentou Nina Koch, vice-presidente da Equinor Africa. Juntos, os participantes do painel defenderam uma abordagem colaborativa, exortando homens e mulheres a trabalharem em conjunto no sentido de um futuro inclusivo, onde diversas perspetivas impulsionem a inovação e o progresso.
As Mulheres como Agentes de Transformação
O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, destacou os contributos vitais das mulheres para a transformação da indústria petrolífera e do gás. “O seu talento, visão e resiliência são fundamentais para moldar um futuro sustentável e inovador para esta indústria”, afirmou, reiterando que promover a inclusão não é apenas equitativo, mas também uma estratégia empresarial inteligente.
A Ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, enfatizou ainda o valor que Angola atribui à liderança das mulheres. Destacando o seu sucesso em funções públicas e privadas, incentivou as mulheres a aproveitarem as oportunidades disponíveis e a destacarem-se. “Ser mulher é uma vantagem, mas a competência e o esforço são essenciais para enfrentar os desafios que enfrentamos”, afirmou.
Um futuro de igualdade e inovação
A cimeira demonstrou o empenho de Angola em posicionar as mulheres na vanguarda do seu sector energético, não apenas como participantes, mas como líderes que impulsionam o progresso. Desde o apelo do Secretário de Estado para projectos inovadores até às estratégias partilhadas pelos painelistas para a inclusão, a mensagem foi clara: a igualdade de género é uma pedra basilar para o desenvolvimento de Angola.
Como concluiu o Ministro Azevedo: “Se este mundo fosse liderado por mais mulheres, possivelmente teríamos mais paz”. A Cimeira Anual Lusófona da Forbes África 2024 não foi apenas uma celebração das conquistas das mulheres, mas também um grito de guerra por uma maior diversidade, equidade e inovação na definição do futuro energético de Angola – e do mundo.
Promover a Liderança das Mulheres no Sector Petrolífero de Angola: A Missão da Muhatu Energy Angola
A Muhatu Energy Angola (MEA) foi criada há dois anos para melhorar as oportunidades de carreira e o desenvolvimento de liderança para as mulheres no sector petrolífero de Angola, onde as mulheres representam apenas 22% da força de trabalho e apenas 5% ocupam cargos de liderança. A iniciativa centra-se em proporcionar oportunidades de formação, mentoria e liderança, com programas que visam aumentar o número de mulheres no sector.
Os principais projetos incluem programas de orientação e estágio como o ASSEA Ubuntu, que teve um impacto positivo na formação dos jovens. A MEA também trabalha para aumentar a consciencialização sobre o talento feminino subutilizado na indústria. A plataforma tem sido fundamental para fomentar ligações, como workshops universitários, onde profissionais experientes partilham as suas experiências.
Nicola Mvuayi, Presidente da Comissão de Gestão do MEA, sublinhou que, embora os desafios se mantenham, o progresso nos últimos dois anos é promissor, com oportunidades crescentes através da transição e diversificação energética. Sublinhou a importância da meritocracia, do desenvolvimento de competências e da preparação das mulheres para competir no competitivo sector petrolífero.