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Exclusivo: Mulheres representam 20% da força de trabalho do sector petrolífero em Angola

Actualmente trabalham na indústria petrolífera angolana mais de 6 mil mulheres, distribuídas nos vários segmentos, número que se espera venha a crescer nos próximos tempos, segundo a ANPG.

A administradora executiva da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Natacha Massano, avançou em entrevista recente à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA que actualmente encontram-se a trabalhar na indústria petrolífera angolana mais de seis mil mulheres.

“Já somos mais de seis mil mulheres a trabalharem no sector, distribuídas entre vários segmentos. Essa população feminina muito grande representa apenas 20% daquilo que é a população no sector petrolífero”, disse a gestora à margem de um evento que homenageou dez mulheres de operadoras da indústria petrolífera e do Ministério de tutela, realizado numa das unidades hoteleiras da capital angolana, Luanda.

Organizada pela ANPG, além das homenagens, a actividade, denominada “Muhato Oil Experience”, serviu também para a partilha de experiência de trabalho das senhoras que trabalham ou já trabalharam no sector de Oil & Gas.

Durante o encontro, que reuniu cerca de 30 mulheres, a grande homenageada foi a engenheira Albina Assis Africano, “pela carreira que construiu no sector”, com destaque para o cargo de ministra dos Petróleos, que desempenhou entre 1999 e 2002.

Das dez mulheres homenageadas na manhã desta Segunda-feira, 28, algumas trabalharam há mais de 40 anos no sector petrolífero, como é o caso da engenheira Filomena Rosa (Sonangol), agora reformada, que esteve na indústria a exactamente 43 anos.

Para se manter por mais de quatro décadas num sector bastante exigente, Filomena Rosa diz ser necessário “dedicação, amor, compromisso, responsabilidade e vontade para se ter sucesso na indústria petrolífera”.

Segundo Natacha Massano, o principal objectivo do certame foi de proporcionar a oportunidade de mostrar o valor que cada uma das mulheres homenageadas tem tido para o desenvolvimento e crescimento de um sector que, disse, “de forma particular, sempre teve tantas dificuldades para enquadrar mulheres nas suas operações”.

A gestora justificou que as homenagens foram merecidas “pelo contributo, carreira construída na indústria, o conhecimento prestado ao sector e os desafios vencidos, que contribuíram particularmente para a indústria petrolífera nacional”.

Entre as homenageadas constam mulheres representantes da estatal Sonangol, Total, Mirempet, Somoil, Chevron, Exxon Mobil, Eni e BP.

A ministra de Estado para os Assuntos Sociais, Carolina Cerqueira, uma das convidadas da actividade, disse ao intervir no evento que a nível mundial as mulheres representam 22% na contratação no sector de petróleo e gás e 47% na participação global da força de trabalho.

“Com a transição energética, abre-se uma perspectiva de grandes mudanças sociais, ambientais e económicas, como a inserção de empregos na área, criando novas perspectivas e desafiantes oportunidades, podendo impulsionar maior participação das mulheres, ao mesmo tempo que se assegura a distribuição socialmente justa de oportunidades para todos de forma indiscriminada”, afirma Carolina Cerqueira.