28 de Março de 2022 | A ministra de Estado para Area Social, Carolina Cerqueira, apelou ontem, em Luanda, à necessidade das empresas petrolíferas apostarem nas mulheres angolanas, atribuindo a estas competência, oportunidade e responsabilidade em vários domínios e iguais garantias para que possam contribuir no crescimento e desenvolvimento do sector em Angola.
Carolina Cerqueira, que discursou na cerimónia de abertura da primeira edição da “Muhatu Oil Experience” (Mulher no Sector Petrolífero), que visou homenagear a mulher angolana no sector petrolífero, com destaque para Albina Assis, antiga ministra dos Petróleos, apontou que em Angola, como noutros países, a área dos petróleos e gás é ainda dominada por homens. Para a ministra, é importante debater a questão da diversidade de oportunidade e igualdade no género.
“No nosso país, como na maior parte dos países, a área de Petróleos e Gás é tradicionalmente dominada por homens. É importante debater a questão da diversidade, uma vez que a contribuição feminina é essencial, porque as mulheres são capazes de trazer um novo olhar, uma nova perspectiva sobre diversas questões”, disse, referindo ainda que é preciso garantir às mulheres não apenas postos administrativos, mas novas responsabilidades, para que possam contribuir no crescimento e desenvolvimento do sector petrolífero.
Para a governante, apesar a nível mundial as mulheres representarem 22 por cento na contratação no sector Petrolífero e Gás e 47 por cento em outros sectores, a participação da mulher angolana na exploração de petróleo em “offshore” e “onshore” é de reconhecida competência e qualidade, o que as possibilita estarem representadas nos Conselhos de Administração da Sonangol ou na ANPG (Agência Nacional de Petróleo e Gás).
“As questões de desigualdade de género são um dos principais problemas a combater no século XXI, porque além de se tratar de um problema de direitos humanos, é acima de tudo, um desperdício de potencial humano no mundo, o que impede as mulheres de desenvolverem na plenitude as suas habilidade e talentos”, referiu.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo, e Gás, Diamantino Azevedo, destacou que, anualmente, o pelouro que dirige tem estado a atribuir bolsas de estudos para os futuros quadros do sector, sobretudo para as mulheres angolanas, em várias universidades europeias, mediante a um programa de selecção acessível.
O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo e Gás, Paulino Jerônimo, disse que a aposta da ANPG é no género feminino, como decisora nas actividades em alto-mar e em terra. Assegurou que a mulher e a criança são o principal alvo dos investimentos em projectos implementados nas áreas de Educação, Ecologia, Desminagem, Reflorestação de mangais, Saúde, Formação Profissional e Micro-Finanças.
A primeira edição do “Muhatu Oil Experience”, que decorreu sob o lema “Desafios de Empoderamento das Mulheres num Mundo de Trabalho em Mudanças e na Preservação do Ambiente”, homenageou dez senhoras pelo contributo que deram ao longo dos 45 anos, no crescimento do sector petrolífero em Angola.
Durante o evento, oito mulheres, formadas em diversas áreas, testemunharam as experiências vividas no mundo dos Petróleos e Gás.
Texto: Jornal de Angola, 28 de Março de 2022
